Cultura Activa

Entrevistas a várias personalidades ligadas à cultura

Sunday, February 28, 2010

Fernanda Lapa

Fernanda Lapa é actriz e encenadora. Já foi bolseira na Polónia e professora na Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa. Actualmente é Professora Catedrática na Universidade de Évora e dirije o Departamento de Artes Cénicas da Escola de Artes. É também Directora Artística do projecto "Escola de Mulheres - Oficina de Teatro". É um prazer imenso contar com a sua entrevista para esta semana.


1- Está ligada ao Teatro e à cultura desde sempre. De onde surgiu o seu gosto pelo Teatro?
Creio que vários factores terão contribuído para o meu gosto pelo Teatro, tanto como intérprete como encenadora. De alguns, tenho consciência e claras memórias, outros serão mais obscuros e inconscientes. Lembro-me de ter sido uma criança muito imaginativa e solitária. Até aos 8 anos fui filha única. Devorava, precocemente, todos os livros infantis que me ofereciam. Lia outros que não entendia muito bem, mas que que me alimentavam a imaginação. Criava outras histórias a partir das personagens dos livros que lia, mas o mais determinante creio terem sido as sessões infantis da Emissora Nacional. Não havia televisão e a rádio ocupava o seu espaço. Aos sábados, às 19h, eu sentava-me no chão encostada a um enorme rádio/picup e deliciava-me com as histórias dramatizadas por algumas vozes juvenis, que hoje são provectos actores… À mesma hora, o padeiro entregava lá em casa, num enorme cesto de verga, pãezinhos quentes, acabados de saír do forno. A minha mãe barrava uma carcaça com manteiga e açúcar amarelo ou com uma barra de chocolate e o meu êxtase era completo! Eu “via” as vozes que saíam do rádio, via os locais das acções, via-me a mim própria numa ou noutra personagem, quase sempre nas protagonistas…
De referir, também, que os meus pais me levavam muitas vezes ao Teatro. Não havia classificação etária e eu gostava sobretudo dos espectáculos dos adultos. Os infantis aborreciam-me um bocadinho! É engraçado reconhecer o mesmo nos meus netos, que muitas vezes adoram assistir aos meus ensaios ou aos dos pais.


2- Como foi para si a sua participação em "Deseja-se Mulher" de Almada Negreiros? Tendo em conta que estava no início da sua carreira e foi tão elogiada pelo próprio Almada Negreiros.
Quando me estreei no Deseja-se Mulher do Almada Negreiros, esse Ser que não deixava ninguém indiferente, vivi momentos de quase embriaguês. A minha capacidade crítica, face à concretização de um sonho que julgava impossível, ficou reduzida a zero. Acho que estava num estado de sonambulismo que me apagou as memórias. Só me lembro de, todas as noites, ouvir a voz do Mestre Almada gritando “que máscara” – era uma cena em que eu ficava sózinha em palco com o rosto apoiado nas mãos – e eu integrei definitivamente essa voz naquela cena! Quando 9 anos depois voltei a representar o mesmo papel, já o Almada tinha morrido, todas as noites ouvia a mesma voz!


3- Fale-nos um pouco da experiência que viveu na Polónia como bolseira.
Em 1978/79 a vida cultural e teatral da Polónia era riquíssima. Todas as cidades tinham vários Teatros, vários Centros Culturais, Orquestras, Coros, Ateliers de Artistas Plásticos, Revistas Culturais e de Crítica às Artes. A vida teatral era profundamente diversificada. Representavam-se os grandes Clássicos lado a lado com os autores contemporâneos, dava-se grande espaço à dramaturgia polaca e, em três grandes cidades – Varsóvia, Carcóvia e Wroclaw – residiam três grandes génios do Teatro – Szjaina, Kantor e Grotwski. Foi exaltante assistir aos seus espectáculos, conviver com dois deles, fazer um estágio com a Companhia do Grotowski. Depois, à chegada a Portugal, foi o balde de água fria! Os terríveis anos 80, de recessão social, de cortes enormes nos apoios à Cultura e, especialmente ao Teatro, foram uma travessia no deserto de que gosto pouco de lembrar!


4- De que modo é que vê o estado actual da cultura em Portugal? Que áreas é que evoluíram mais nos últimos anos?Acha que o estado deveria investir mais na cultura? Portugal ainda fica atrás do que se faz lá fora?
A Cultura portuguesa talvez seja uma das “mais valias” nacionais, e isto para utilizar uma linguagem mercantilista. É absurdo como ainda não foi entendido pelos sucessivos governos. Não é imediatamente rentável – este parece ser o seu pecado – no entanto, se acarinhada, o seu consumo interno seria enorme e a exportação garantida! Nunca se contabiliza o circuito económico que uma actividade cultural gera. No teatro, para se produzir um espectáculo, dá-se trabalho a profissionais de vários ramos, desde a carpintaria à costura, da publicidade à limpeza, da electricidade à cosmética, etc,etc. No cinema, a cadeia económica é ainda maior, e no geral a actividade cultural cria riqueza que é sistematicamente ignorada. Quase sempre quem recebe a menor parte do bolo é o próprio criador – “intermitente” – essa continua a ser a condição da maioria dos artistas e produtores culturais do nosso país. No entanto e, unicamente graças ao seu talento, à paixão desmedida que põe na profissão, o artista português tem uma qualidade que não é inferior à dos seus congéneres de qualquer parte do mundo e, quando por qualquer motivo rompe as barreiras deste pequeno País, aí está ele a ser admirado e, sobretudo, respeitado. E isso no cinema, na dança, na literatura, nas artes plásticas, na música etc,etc. Nem vale a pena lembrar uma Maria João Pires, um Saramago, uma Paula Rego, uma Vera Mantero, etc.etc.


5- O que é que mudou na representação em Portugal, nomeadamente teatro e televisão, nos últimos anos?
Portugal esteve durante muitos anos fechado para o mundo e a evolução nos vários campos das artes, evolução massiva, não de meia dúzia de criadores, faz-se com confrontos culturais, com Escolas de Arte bem equipadas, com condições materiais, com apetência e massa crítica de um público que também precisa de aprender a fruir espectáculos de qualidade. A televisão é uma escola e nem sempre de bom gosto. Escola para os profissionais, escola para o público. Forma gostos, muitas vezes para meu desgosto…e no entanto, só o facto de ser um dos maiores divulgadores da ficção em língua portuguesa me obriga a olhar para ela com algum respeito e, simultaneamente, alguma exigência, embora utópica. É que “serviço público” continua a ser, para mim, um conceito até agora esvaziado de sentido.


6- Fale-nos um pouco dos seus gostos culturais.
Sou capaz de devorar um livro que me apaixone. De saír em êxtase de um bom espectáculo. De ouvir música, clássica, jazz, contemporânea. De parar frente a uma peça de um artista plástico e ficar surpreendida porque ela fala comigo numa linguagem que eu julgava desconhecer. Sou capaz de chorar a ver um filme, não tanto pelo enredo, mas pela beleza de uma ou outra imagem. Mas também me acontece deliciar com um bom romance policial, divertir-me com uma série cómica na TV ou invejar a criatividade de tantos estilistas que me oferecem, só para regalo dos meus olhos, magníficas peças de roupa ou calçado…


7- O seu projecto Escola de Mulheres - Oficina de Teatro, é um dos projectos culturais dos últimos anos com maior destaque e importância para o país. Que conselho daria a quem pretende inovar a cultura e desenvolvê-la?
Obrigada pelo elogio que faz à Escola de Mulheres, Companhia de Teatro de que me orgulho ter ajudado a criar e que continuo, teimosamente, a ajudar a manter-se à tona, no total desprezo a que tem sido votada pelo Ministério da Cultura. Ao fim de 15 anos, conseguimos por fim ter um espaço de trabalho e apresentação dos nossos espectáculos e de outros companheiros. Devemo-lo unicamente à Direcção do Clube Estefânia, local de grande referência teatral desde os inícios do sec. XX e, a nós próprias! Não tivemos um cêntimo de ajuda para reabrirmos ao público, esta sala no coração de Lisboa, nem do Ministério, nem da Câmara, e foram muitos os gastos e o trabalho desenvolvido…considero que somos umas sobreviventes. Convidam-nos para co-produções com entidades culturais importantes, sou muitas vezes convidada para dirigir espectáculos em estruturas teatrais estatais, fui medalhada com o “mérito cultural” mas a indiferença do Estado face à Escola de Mulheres é recorrente. Que conselho posso eu dar a quem quer inovar e ajudar a desenvolver a Cultura? Talvez o melhor é tentar criar músculo, para resistir à apatia, à ignorância, aos lobbies, aos cantos das sereias e, sobretudo, à tentação de desistir.

Sunday, February 21, 2010

Joaquim Nicolau

Joaquim Nicolau é um conhecido actor português. Distinguido principalmente na televisão, Joaquim Nicolau participou em Malucos do Riso e foi também um dos pioneiros do teatro de máscaras em Portugal.


1- É presença assídua na televisão e cinema dos últimos anos. Além disso ainda faz teatro. De onde veio esse seu gosto pela representação?
Surgiu de forma espontânea, visto que no meu ambiente familiar havia uma disposição para encarar o teatro de uma forma natural e necessária. Não havia televisão, e o cinema era escasso visto viver numa aldeia do interior de Portugal. Tendo a companhia da rádio, era natural deixar-me cativar pela fantasia das radionovelas (que pena terem desaparecido!), onde aprendi a ouvir e a sonhar com o que de melhor havia na literatura portuguesa. O meu imaginário muito deve a esse género “teatral”.


2- Fazer drama ou comédia são situações completamente diferentes. Como se prepara para cada um deles?
Sendo realmente dois géneros diferentes, não têm diferença nenhuma na sua apresentação nem na sua preparação. Os métodos são os mesmos e deverão ser respeitados para que tenham êxito perante o público.


3- Como foi a sua experiência nos “Malucos do Riso”?
Foi bastante positiva, além de ter trabalhado com grandes profissionais, diverti-me muito e isso é de saudar, pois quando fazemos aquilo que gostamos e nos divertimos, significa que o espectador também se diverte. E creio que isso foi demonstrado pelas grandes audiências que esse programa teve ao longo de muitos anos.


4- É um dos impulsionadores do teatro de máscaras em Portugal. Como nasceu o grupo responsável por esse tipo de teatro em Portugal, “Meia Preta”, e como conseguiram cativar o público?
Tenho pena de não trabalhar mais assiduamente a “máscara”, sobretudo com um grande amigo meu e grande dinamizador do Teatro de Máscara e Comédia Del’Arte em Portugal – Filipe Crawford, com quem fui um dos co-fundadores do Grupo de Teatro Meia Preta. O Grupo surgiu devido a uma necessidade de haver um grupo que se dedicasse a este género de Teatro. A aceitação foi bastante forte, talvez por isso mesmo – por sermos originais. Creio que o público tem vindo a ser cativado não só pelo Filipe mas também por outros grupos que apareceram entretanto, como foi o caso do Teatro Meridional, do Nuno Pino Custódio e do André Gago.


5- Entre a televisão e o cinema, o que prefere e porquê?
Acima de tudo gosto de representar e interpretar, sendo ela em forma de teatro, cinema ou televisão. Mas admito que tenho um interesse particular na comunhão directa com o publico, e talvez por isso o teatro esteja em primeiro lugar, mas o cinema cativa-me bastante porque obedece a parâmetros tanto de produção como de criação que se aproximam muito da minha maneira de estar como actor.


6- De uma forma geral, descreva-nos um pouco da sua visão sobre a actual cultura em Portugal.
Creio que seria necessário mais empenho de todos nós, mas acima de tudo do Governo, pois como constantemente se vê nos vários orçamentos gerais de Estado, ao longo destes anos todos, a Cultura nunca chegou a 1%. Por aqui se pode avaliar a importância que nós nos damos. Como é possível uma sociedade melhorar se não tiver acesso à Cultura e à Educação de uma forma equitativa? Seria bom que nos questionássemos porque é que numa Europa tão vasta, nós somos um país com uma deficiência cultural tão grande em relação aos outros.



7- Que áreas culturais destacaria como as que estão numa melhor posição actualmente em Portugal?
Creio que todas, pois só o facto de enfrentarem tantas dificuldades para se poderem exprimir e expor, já as torna verdadeiramente vencedoras e dignas do nosso apreço, mesmo que por vezes nos esqueçamos delas.



8- Fale-nos um pouco dos seus gostos pessoais.
Gosto de tudo o que tenha a ver com a sociedade onde me insiro. Os meus gostos culturais vão desde a música à gastronomia, desde o popular ao erudito, pois acima de tudo gosto da relação que o ser Humano estabelece com tudo o que o rodeia.




Wednesday, February 17, 2010

Herman José




Herman José é um dos grandes comediantes de Portugal. Inventor de personagens sem igual, músico e apresentador de vários programas que encheram as nossas casas durante muitos anos.
Ao Cultura Activa, Herman José demonstrou que o talento também pode ser sinónimo de humildade.



1- Foi um dos grandes inventores da comédia em formato sketch em Portugal. De onde surgiu esse seu gosto pela comédia?
Desde de que me conheço. Sempre resolvi tudo com uma gargalhada. Aquilo que era antes uma arma de defesa, passou aos 19 anos a ser profissão. Entrei numa revista do Parque Mayer ( Uma no Cravo, Outra na Ditadura) como músico. Saí como actor.


2- Quais foram as suas referências na área da comédia?
A minha principal referência foram sem dúvida os Monty Python. São ainda hoje incontornáveis. Também gostava muito do Benny Hill, e sou um fã da escrita e da direcção de actores do Woody Allen.


3- Tendo em conta tudo o que se tem passado, o que tem a dizer sobre o panorama cultural em Portugal nos dias de hoje?
A cultura de hoje em dia está um pouco como o resto do País: pobre, pretenciosa, pertença de alguns espertalhões, e fechada sobre si própria.


4- Acha que é mais difícil fazer comédia actualmente? O público tornou-se mais exigente?
Na minha opinião a maioria do público não é exigente. É até bastante primária, como se pode ver por certas audiências. Mas há felizmente muita concorrência entre os humoristas mais novos, o que faz com que a fasquia tenha subido em termos de conteúdos, mais até do que em termos de interpretação.


5- De todo o seu percurso profissional, qual foi a etapa que lhe deu mais prazer?
A minha fase mais feliz foi no principio dos anos noventa: um concurso diário onde me divertia que nem um doido (A Roda da Sorte) e um concurso semanal onde pude entrevistar as pessoas mais interessantes do País (Parabéns).


6- Que medidas é que deveriam ser tomadas para desenvolver a cultura em Portugal?
Casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão. Por outras palavras, sem investimento não há cultura.


7- Quais são os seus comediantes preferidos?
Hoje em dia, os Little Britain (David Walliams e Matt Lucas), o velho Don Rickles, o Hubert Humphries (com a sua personagem Dame Edna), o Jay Leno (apesar dos altos e baixos), e a veterana Joan Rivers.


8- Fale-nos um pouco dos seus gostos pessoais nas diversas áreas culturais.
Gosto de jazz, de boa ficção científica e de séries policiais inglesas (Agatha Christie e Companhia).


9- Se tivesse completa liberdade, que tipo de programa é que gostaria de fazer?
Voltava a 1998, e repunha o "Herman 98" no São Luiz.

10- Fale-nos um pouco da sua ligação com Azeitão.
Vim para Azeitão por falta de dinheiro. Gostava da Quinta da Marinha, mas não tinha dinheiro para gastar em espaço (lembro que tenho o privilégio de viver em 60 000 metros quadrados a meia hora de Lisboa). Quase 30 anos depois de ter tomado a decisão, não trocava Azeitão por lugar algum. Passou a ser a minha Pátria.


Thursday, February 11, 2010

Duarte Victor


Duarte Victor é um conhecido actor e encenador Português. Em 1976 começou a sua ligação com o Teatro de Animação de Setúbal, que ainda se mantém até hoje, ocupando o cargo de director.
Cara assídua no teatro e na televisão, Duarte Victor concedeu ao Cultura Activa uma entrevista bastante interessante.

1- Obrigado por esta entrevista. A primeira questão é óbvia mas necessária. Tem dado um contributo muito importante para a cultura em Portugal, nomeadamente no teatro e na televisão. De onde surgiu esse gosto pela representação?

Curiosamente através da poesia. Em 1974 vivia-se um período pós-revolução muito participativo e a poesia era uma arma contra o obscurantismo e a ignorância. Através das palavras dos grandes poetas universais, fui construindo uma filosofia de vida que me orientou no sentido das grandes questões humanistas e que teve maior expressão no teatro. O teatro passou a ser uma forma de comunicação por excelência quando, ainda muito jovem, em recitais de poesia me apercebi que era por aí que tinha de caminhar. Um terreno fértil por explorar, que me permitia ser autêntico e dar sentido às ideias que habitavam a minha consciência. Uma paixão que se revelou ao longo da minha vida e se consolidou no meu trabalho como encenador, actor e professor de Expressão Dramática.


2- Quais foram as suas grandes referências no campo profissional? E no campo pessoal?

Honestidade e coerência com os nossos princípios cruzam-se nas referências dos campos profissionais e pessoais. Como não acredito em mitos nem em ídolos, inspiro-me em grandes personalidades que deixaram ao longo da vida marcas indeléveis no génio humano, fazendo-nos sentir que podemos mudar o mundo para melhor. É nesta perspectiva que vejo o teatro.


3- Como vê o estado actual da cultura em Portugal e na sua cidade (Setúbal)?

Vivemos várias crises que são resultado dum grande desalento e desencanto provocado por uma sociedade sedenta de consumo, desumanizada e esvaziada de valores. A cultura alimenta o espírito mas o que se valoriza é o que alimenta o corpo. Cultivamos o belo exterior e esquecemos o interior. Mas é justamente na cultura que nos encontramos, que reforçamos os laços e a auto-estima. Penso que os nossos governantes ainda não interiorizaram esta questão fundamental que se arrasta há mais de 30 anos e que nos leva a reinvidicar os tão desejados 1% do PIB para a cultura. Dessa maneira também as autarquias terão autonomia financeira para implementar, apoiar e dinamizar actividades culturais com equipamentos suficientes à sua realização. Este é, por exemplo, um dos grandes problemas na nossa cidade. A falta de infraestruturas com qualidade suficiente para a realização de iniciativas culturais, que valorizem a cidade e a projectem como capital de distrito.

De modo geral, p

enso que há uma grande evolução em todas as areas culturais graças aos seus agentes e às autarquias que mais têm feito pela cultura no nosso país.

4- Que medidas é que deviam ser tomadas para impulsionar a cultura?

Seria enfadonho estar a referir uma longa lista de medidas urgentes que se perderiam numa simples entrevista como esta. Penso que o leitor estará mais interessado em saber quando e onde é que há teatro, musica, dança, exposições de arte, eventos, etc, na sua localidade. Pessoas como as que produzem blogues deste género têm a grande tarefa de fazer chegar a todos, a notícia de que algo está para acontecer em algum lado. Que os fazedores de cultura estão aí a trabalhar todos dias para que os dias de todos sejam mais felizes. É aí que reside o sentido da vida, na procura da felicidade.

5- Fale-nos um pouco sobre os seus gostos pessoais

Tenho um gosto bastante eclético, mas no cinema gosto da boa ficção científica ou de uma obra de autor, na música as preferências vão para o jazz e no teatro, além dos dramaturgos universais, gosto bastante dos autores do chamado Teatro de Absurdo.


6

- O teatro tem tido o apoio necessário? E em Setúbal, como é a actual situação do TAS?

Como na cultura em geral os apoios são insuficientes. Mas o TAS tem resistido pela persistencia dos seus elementos e a compreensão da autarquia que ao longo da sua existência tem apoiado e acarinhado.


7- Que conselho daria a quem pretende seguir teatro em Portugal?

Que o faça com paixão.