Cultura Activa

Entrevistas a várias personalidades ligadas à cultura

Wednesday, May 19, 2010

Marina Mota

Marina Mota é uma das caras mais conhecidas da televisão nacional dos últimos anos. Actriz, cantora e produtora, Marina deu-nos a conhecer personagens inesquecíveis, enquanto cantava o seu Fado.
Em jeito sério, mas sempre com alguns tons de humor, Marina relata-nos episódios passados, vivências para sempre lembradas. É difícil ficar indiferente àquela que é um dos grandes rostos do humor português.


1- Tem um jeito natural para a comédia e representação. De onde surgiu o seu interesse por fazer rir os outros e por representar diversos personagens? Como é interpretar tantas personagens diferentes? Fale-nos um pouco desse processo e de como se desenvolveu ao longo da sua vida.

Tudo aconteceu por acaso, fiz parte de uma revista em 1982 , “ CHÁ E PORRADAS” para a qual fui contratada como atracção nacional, ou seja só para cantar Fado Entretanto, os autores durante os ensaios da peça, acharam que eu era capaz de ter vocação para representar, talvez devido á minha personalidade extrovertida e bem disposta e assim começa a História…

A razão de gostar de “ vestir “ personagens diferentes, tem a ver com o facto de não ser fã da monotonia, de tentar diversificar o meu trabalho enquanto actriz, de tentar conhecer e ultrapassar os meus limites e acima de tudo da observação de tudo e todos que me rodeiam.



2- Além de actriz é também cantora. Como é que descobriu que também sabia cantar? Lançou álbuns de Fado e em 2006 lançou o seu ultimo álbum de originais. Qual é a sua ligação com a música? Foi algo que sempre teve interesse?

A minha primeira “ profissão” foi Fadista, é desta arte que tenho carteira profissional, gravei o primeiro disco em 1973, apenas com 10 anos ( embora já cantasse anteriormente ) e foi por cantar Fado que me estreei na revista, embora a minha carreira paralela de actriz tenha tido mais visibilidade pública.

Mais uma vez foi o acaso, sabia lá eu que era capaz de cantar…

Inscrevi-me num concurso quando tinha aproximadamente 9 anos, ( o prémio era uma motorizada Honda Amigo ) e isso era aliciante, e lá ganhei esse concurso….foi sem querer.

Posteriormente tudo se desenvolveu duma forma natural… mas é tão longa a história… é que já lá vão (oficialmente) 37 anos de carreira.

Em 2006 de facto gravei o cd “ Estados de alma”, não eram canções originais, apenas a minha escolha de vários temas que de alguma forma têm a ver comigo, mais uma vez de géneros diversos : Fado, Fado canção, música ligeira, marchas de Lisboa, folclore… mas pelos vistos teve pouco interesse, embora tenha sido gravado ao vivo com 52 músicos (algo que é inédito em Portugal) este trabalho não teve o privilégio de fazer parte das “ Play List “ ( palavra chique) das rádios nacionais, pouca gente conhece este trabalho, nunca foi divulgado.



3- Ao longo dos anos participou em vários teatros de revista. Entre a comédia feita no teatro e a comédia para televisão, qual é a que prefere e porquê?
Ambos os géneros são interessantes, a TV é mais imediatista, dá-nos mais visibilidade, promove mais facilmente, chega a mais gente. O teatro dá-nos o calor do público na hora exacta, e não há nada comparável.


4- Como foi para si em 2007 participar numa telenovela? (Fascínios)
Foi uma experiência diferente mas enriquecedora, engraçada, novo desafio. Fazer crescer uma personagem sem conhecer o seu percurso anterior e o seu desenvolvimento futuro. É sempre uma surpresa. Usei a sempre a minha intuição, a minha verdade.


5- Ao longo da sua carreira televisiva teve vários momentos de grande sucesso. Destaca algum em particular? E no teatro, qual o momento mais especial?
Todos os momentos são especiais, têm a importância que têm em determinada altura, no teatro igual. Claro que destaco, o dia da minha estreia. Emoções muito fortes.


6- Entre a música, a representação e a produção, o que prefere realmente?
Gosto das 3 vertentes, seria bom que pudesse continuar a exercê-las em simultâneo.


7- Qual foi a personagem que mais gostou de interpretar ao longo da sua carreira e porquê?

Várias, mas tenho um carinho especial pela BITUCHA, US BATNÁVÓ,( personagens que criei no Ora Bolas Marina , na SIC) o BISNAGA, a MATIDE, (Bora Lá Marina , na TVI). Talvez

porque têm uma irreverência e até infantilidade com que me identifico.



8- Como vê o estado actual da cultura em Portugal? O que faria para dinamiza-lo? Que areas destaca?
A cultura é triste, opta-se pela mediocridade, porque a qualidade dá trabalho, envergonham-se do que é genuinamente português, ( em vez de sentirem orgulho) são elitistas e etc etc etc…


9- Se pudesse escolher alguem para governar o país quem seria?
Eu…meu DEUS faria tanta coisa…


10- Sendo uma das melhores comediantes portuguesas, como avalia o actual estado da comédia em Portugal? Acha que se faz bom humor? Há bons humoristas nacionais?
A Comédia vai como o país devagar….devagarinho. E há bom e mau como em qualquer área. Seria bom que não promovessem o fácil, o fútil..




1 comment:

  1. muito bom! adoro a marina!
    obrigada por terem postado a entrevista!

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