Cultura Activa

Entrevistas a várias personalidades ligadas à cultura

Sunday, May 30, 2010

Marco Horácio


Marco Horácio não precisa de muitas apresentações. Estreou-se na tv ao lado de José Raposo, em Pensão da Estrela. A partir daí foi sempre a subir. Foi durante vários anos apresentador do programa "Levanta-te e Ri" e actor em várias séries e filmes. O seu alter ego. Rouxinol Faduncho, valeu-lhe já também o sucesso musical.
Actualmente vai iniciar um novo programa na SIC, com Diana Chaves.
Venha conhecer um pouco mais deste humorista, actor e fadista!



1- Em que altura é que percebeu que conseguia fazer rir as pessoas? E em que altura decidiu explorar esse caminho?
Percebi que conseguia fazer rir as pessoas com cerca de 13 anos, e decidi explorar essa área com cerca de 19, quando vim para o conservatório em Lisboa.



2- Estreou-se em televisão com "Pensão Estrela", com uma elenco recheado de excelentes actores. Como foi para si essa experiência, tanto a nível de amizade como de trabalho?
Foi bom a todos os níveis. Trabalhei com as melhores pessoas do mundo e com uma das melhores produtoras do país. Aprendi muito e fui muito acarinhado pela Ana Burstoff e um dos meus ícones e mestres, José Raposo.

3- Teve ainda o prazer de trabalhar com Carlos Cunha, Marina Mota, entre outros. Agora passados tantos anos, que memórias guarda dessas participações?
Guardo as melhores recordações, tanto de actores como de outras pessoas fantásticas. Lembro-me que estava nervoso por ir gravar com a Marina Mota e o Carlos Cunha, mas eles puseram-me logo à vontade. Eles têm tanto de talento quanto de humildade.


4- Passou de actor a apresentador. Qual delas gosta mais?
Sou acima de tudo actor, e sobretudo sou perfeccionista, pois gosto de me esforçar ao máximo em tudo o que faço

5- É também conhecido por ter apresentado o programa "Levanta-te e Ri". Como é para si a experiência de fazer rir pessoas? Onde vai buscar essa imaginação? Como viveu a experiência de apresentar esse programa?
É sempre bom fazer rir e conseguir divertir as pessoas, apesar de ser muito dificil, mas quando acontece é mágico.
Foi uma experiência única para mim, que durou 3 longos anos, de norte a sul do país, a fazer serviço público e a trabalhar com pessoas que hoje são referências do humor em Portugal. Quanto à inspiração...temos um país rico em cromos e políticos.


6- Além de tudo isto, é ainda conhecido pelo Rouxinol Faduncho, esse seu alter-ego. Como surgiu a criação desse personagem? O Fado faz realmente parte do seu gosto pessoal? Como tem sido para si a experiência de ser o Rouxinol por esse país fora?
O Rouxinol surgiu no Levanta-te e Ri. Sou adepto de bom Fado desde que me conheço e quis contribuir para a redescoberta do Fado humorístico em Portugal, principalmente nos mais novos, visto que há 30 anos que não se lançava um trabalho do género. Tem sido fantástico! 3 cd's e um dvd ao vivo, 8 programas de TV...e 50 espectáculos por ano! Isto é tudo prova de que o Rouxinol vive por si só. E também tenho uma grande grande equipa comigo na estrada.

7- Fale-nos um pouco de um momento da sua vida que o tenha marcado ou transformado profundamente.
O nascimento do meu filho Guilherme.

9- Partilhe connosco os seus gostos pessoais, nomeadamente na música, literatura, cinema, etc
Sou viciado em dvd's, tenho mais de mil em casa! Música gosto de tudo um pouco e literatura gosto da contemporânea, mas às vezes arrisco-me nos grandes clássicos.


10- Se pudesse escolher uma pessoa para governar o país quem seria?
Escolheria um chefe de família português, já que tem a capacidade de criar filhos, alimentá-los e vesti-los com o ordenado mínimo. Isto é que é gestão!

11- Lançou o livro "Como tourear os espanhóis e sair em ombros". Como foi para si o processo de escrever um livro?
Foi muito divertido, já que sempre quis falar desta problemática e desta realidade cada vez mais presente no nosso Portugal. Já faltou mais para nos anexarmos à Espanha!


12- Para esta última questão, vou-lhe pedir que deixe um conselho a quem pretende seguir carreira na televisão.
Não se deixem iludir com a fama e com o dinheiro, e acima de tudo estejam preparados para trabalhar, para se manterem sempre firmes, não venderem a alma e acima de tudo trabalharem primeiro para o público. Temos a responsabilidade social quando fazemos televisão. Não podemos por egoísmo, simplesmente ignorá-la. E acima de tudo, divirtam-se com tudo o que fazem e acreditem!


Wednesday, May 26, 2010

Alexandra Figueiredo


Alexandra Figueiredo é inevitavelmente a caracterização física da denominação "Sex Symbol". Mas desengane-se quem pensa que o seu valor fica pela beleza exterior. Alexandra Figueiredo é licenciada em Comunicação Empresarial e Relações Públicas. Tem a sua própria agência de Comunicação - Alexandra Figueiredo, Comunicação e Relações Públicas.
Participou no programa "Às duas por três" na SIC, e ainda em "Maré Alta" e "Malucos do Riso".
Além de tudo isto é embaixadora da marca "Hollywood Nails" em Portugal. E ainda há tanto mais para descobrir sobre esta amante de Comunicação. Venha descobrir com o Cultura Activa!



1- É apaixonada pela comunicação, sendo relações públicas. De onde surgiu esse seu gosto? Concretamente, qual é o seu papel como relações públicas?
O meu gosto pela comunicação começou desde cedo, quando no 10º ano tive um professor de jornalismo que era tão apaixonante na forma de se expressar que contagiava! A par disso sempre fui muito boa aluna a Português e com um gosto enorme pela escrita e leitura.
No final do meu 12º ano já não tive dúvidas... A minha primeira opção foi Comunicação Empresarial e Relações Públicas na Escola Superior de Comunicação Social de Lisboa, onde fiz o curso.
Aí aprendi, de facto, o que é a actividade das Relações Públicas e, que é muito mais completa, interessante e exigente que se possa pensar. Ser Relações Públicas não é só convidar para uma festa numa discoteca!
Actualmente tenho a minha própria Agência de Comunicação - Alexandra Figueiredo, Comunicação e Relações Públicas, que me ocupa grande parte do dia e que me dá um enorme prazer ver crescer!


2- Como foi para si a participação no programa "Às duas por três"?
Esse foi um programa com muito impacto na minha carreira, pois era um programa em directo na SIC, todas as tardes de segunda a sexta e com um público muito fiel. Marcou-me muito, quer pela equipa, como pela minha crescente importância no papel que desempenhava e que me garantiu a confiança das pessoas que apostaram em mim. Era um programa muito divertido com o José Figueiras, que ainda hoje admiro como amigo e profissional. Antes deste programa, trabalhei na TVI, com participações em diversas novelas como actriz, nos especiais que eram feitos pelo país durante o verão e num programa que também dava durante as tardes que era "A Vida é Bela", apresentado, na altura, pelo Carlos Ribeiro. Até à minha entrada na TVI, as minhas participações em televisão eram a cantar.
Entretanto apresentei durante 4 anos um programa sobre Astrologia que me permitiu crescer em frente às câmaras.

3- Maré Alta e Malucos do Riso foram outros dois programas onde participou. Que recordações guarda de ambos os programas? Tanto a nível de representação, como de pessoas com que trabalhou.
De facto sempre gostei de aceitar os desafios que me eram propostos e, enquanto estive na SIC, muitos foram os programas nos quais entrei, nomeadamente os dois que referiu, assim como a série "Camilo em Sarilhos", "Camilo a Presidente" ou mesmo a série de Apanhados da SIC, na altura com o Nuno Graciano e Nuno Eiró, que foi, muito provavelmente, o programa que fiz até hoje em que mais me diverti.
As equipas de trabalho em todos estes projectos eram fantásticas e os actores ensinaram-me imenso... alguns deles mais velhos e que, infelizmente, já não estão entre nós.

4- Foi também apresentadora de um programa no canal "Viver". Como foi para si ser apresentadora? Foi de certo uma experiência muito diferente da vivida nos Malucos do Riso.
Muito diferente mesmo! Nos Malucos do Riso estava como actriz convidada, tinha textos, desempenhava várias personagens e assumia uma postura de comédia, onde todas as expressões são levadas ao limite, para caracterizar e marcar bem as personagens. No programa que começou por ser transmitido no canal Viver e depois passou para um canal generalista, o meu papel era de apresentadora e moderadora entre um convidado fixo e pessoas reais que ligavam em directo e que, regra geral, tinham problemas graves. Por aqui se vê, que a minha postura não podia ter nada de cómica ou falsa. Pelo contrário, até cheguei a emocionar-me em directo. Nesse programa fui muito eu. Muito genuína!


5- Está actualmente no canal Benfica. Qual é a sua ligação ao clube? Como é para si trabalhar num canal objectivamente desportivo?
A minha ligação ao Benfica é de Amor incondicional à camisola! Sou benfiquista assumida e quase a roçar o "doente". Não gosto de falar de outros clubes e confesso que as piadas em torno do Benfica me caiem mal... :)
Defendo o meu clube, por ser o melhor do Mundo, como se defende a nossa casa ou família.
Entretanto, a minha presença mais marcada no clube, começou quando fui conhecendo pessoas que lá trabalhavam e que foram apostando em mim. Não perco um jogo e este ano, estou, como todos os adeptos, de "barriga cheia" e com a alma em euforia!
Adoro desporto no geral, e de diversas modalidades e uma coisa que gostava imenso, era de ter uma crónica semanal no Jornal A Bola!

6- É também organizadora de eventos. Descreva-nos um pouco dos eventos que costuma organizar e da preparação antes de cada evento.
A organização de eventos vem por inerência à actividade da minha agência. Na minha agência de comunicação, trabalho a conta de um cliente a nível de assessoria mediática, comunicação interna e externa, o que muitas vezes implica a apresentação de um produto ou serviço a alguns convidados especiais e media. Isso implica a escolha detalhada de tudo e a organização ao pormenor de datas, horários, o local, o convite, as pessoas certas a convidar, o follow-up, o catering, a decoração, a animação, os audiovisuais, o gift, etc... Adoro o que faço!
Mas o evento não acaba no dia em que acontece como se possa pensar, há ainda o pós-evento que passa pelo acompanhamento e certeza da satisfação dos media e convidados presentes e, claro, o cliente em causa.


7- É embaixadora da Marca Holywood Nails em Portugal. Como tem sido para si essa experiência, tendo em conta que representa uma marca de prestígio internacional.
Tenho a minha imagem associada à Hollywood Nails à cerca de 1 ano e estou super satisfeita. O convite foi-me feito directamente pelo Bruno e pela Cila, os master-franshising da marca em Portugal e a partir daí temos tido uma óptima relação quer profissional, como de amizade. São pessoas muito afáveis e muito profissionais e a qualidade, quer dos produtos, como do serviço é cativante.
A Hollywood Nails tem um leque de opções, não só na arte das unhas, mas também noutros métodos, como extensões de pestanas e cabelos.
A par disso, já organizei com a Cila e o Bruno a inauguração da primeira loja em shopping, que foi em Junho do ano passado no Colombo.
Aconselho todas as pessoas que gostem de estar bem, bonitas e com umas mãos arranjadas, a irem à loja da Av. de Berna. A satisfação é garantida!

8- Fale-nos um pouco dos seus gostos pessoais, nomeadamente no cinema, literatura, música, etc.
Como disse, sempre gostei imenso de ler, desde muito nova. A leitura faz parte dos meus prazeres diários e os temas são diversos. Tanto posso ler romances, como textos técnicos, porque sou muito curiosa. Gosto de ler sobre medicina e tecnologia.
A primeira coisa que faço quando saio de casa é tomar o pequeno almoço na pastelaria da minha rua e ler os jornais generalistas e desportivos do dia, a par das revistas sociais. Sei, até pela profissão que tenho, a data de saída de todas as revistas e não descuro essa meia hora de leitura logo de manhã. As coisas mais técnicas deixo para o final do dia. Sou incapaz de começar a ler um livro apenas... tenho sempre na mesa de cabeceira três diferentes que vou alternando mediante o estado de espírito dessa noite. Uns são de leitura mais leve para os dias em que me sinto mais cansada, outros mais profundos quando tenho mais tempo.
Quanto à música não vivo sem ela desde pequena. Acho até que o meu caminho profissional de hoje, se deve à música, porque desde os 5 anos, quando os meus pais me puseram a cantar no Coro de Santo Amaro de Oeiras, que fiquei apaixonada por este meio artístico. Depois fiz rádio, cantei com outros cantores, fiz coros para diversos artistas, como por exemplo o Tony Carreira, participei durante 4 anos num grupo que eram os Pop Kids, e daí até ficar com o bichinho do palco e da exposição, foi um pulo!
Para além da leitura e da música, adoro cinema e teatro. Vou uma vez por semana a um espectáculo ou filme. Adoro tourada e tudo o que são programas desportivos.


9- Como vê o actual estado da cultura em Portugal? O que faria para o impulsionar? Que áreas artísticas destaca em Portugal?
Creio que estamos a desenvolver essa área muito bem e cada vez melhor. O que acho que falta é divulgação junto do público em geral. As entidades competentes esforçam-se para que existam espectáculos de qualidade, a questão é que muitas vezes não chegam ao conhecimento do grande público. Depois, mudaria o preço de alguns bilhetes para certas exposições, bailados, etc. Os apoios nesta área são muito importantes.
De qualquer forma, destaco o empenho das entidades locais e autarquias que são muito mais rigorosas nesse sentido.


10- É uma mulher multifacetada, um exemplo de sucesso em várias áreas. Como tem sido para si gerir tantas áreas distintas? Que conselho daria a quem pretende seguir algo relacionado com a comunicação?
É verdade que me dedico a inúmeras áreas. Para além da agência, trabalho em moda, em televisão, sou Repórter da Cabovisão, o que me permite andar por todos os pontos do país a fazer reportagens em eventos ou festas marcantes, faço apresentações em eventos corporate, desfiles de moda, etc. Mas tudo isto se deve a muito trabalho diário, a uma dedicação quase exclusiva à profissão e à motivação que tenho cada vez que sei que vou fazer um trabalho. Acordo todos os dias motivada, feliz e agradecida por ter trabalho, por ter pessoas que confiam no meu profissionalismo e por estar bem de saúde para poder continuar.
Um conselho? Dedicarmo-nos à actividade que gostamos, seja a comunicar, a dançar, a pintar ou a gerir uma empresa.


Wednesday, May 19, 2010

Marina Mota

Marina Mota é uma das caras mais conhecidas da televisão nacional dos últimos anos. Actriz, cantora e produtora, Marina deu-nos a conhecer personagens inesquecíveis, enquanto cantava o seu Fado.
Em jeito sério, mas sempre com alguns tons de humor, Marina relata-nos episódios passados, vivências para sempre lembradas. É difícil ficar indiferente àquela que é um dos grandes rostos do humor português.


1- Tem um jeito natural para a comédia e representação. De onde surgiu o seu interesse por fazer rir os outros e por representar diversos personagens? Como é interpretar tantas personagens diferentes? Fale-nos um pouco desse processo e de como se desenvolveu ao longo da sua vida.

Tudo aconteceu por acaso, fiz parte de uma revista em 1982 , “ CHÁ E PORRADAS” para a qual fui contratada como atracção nacional, ou seja só para cantar Fado Entretanto, os autores durante os ensaios da peça, acharam que eu era capaz de ter vocação para representar, talvez devido á minha personalidade extrovertida e bem disposta e assim começa a História…

A razão de gostar de “ vestir “ personagens diferentes, tem a ver com o facto de não ser fã da monotonia, de tentar diversificar o meu trabalho enquanto actriz, de tentar conhecer e ultrapassar os meus limites e acima de tudo da observação de tudo e todos que me rodeiam.



2- Além de actriz é também cantora. Como é que descobriu que também sabia cantar? Lançou álbuns de Fado e em 2006 lançou o seu ultimo álbum de originais. Qual é a sua ligação com a música? Foi algo que sempre teve interesse?

A minha primeira “ profissão” foi Fadista, é desta arte que tenho carteira profissional, gravei o primeiro disco em 1973, apenas com 10 anos ( embora já cantasse anteriormente ) e foi por cantar Fado que me estreei na revista, embora a minha carreira paralela de actriz tenha tido mais visibilidade pública.

Mais uma vez foi o acaso, sabia lá eu que era capaz de cantar…

Inscrevi-me num concurso quando tinha aproximadamente 9 anos, ( o prémio era uma motorizada Honda Amigo ) e isso era aliciante, e lá ganhei esse concurso….foi sem querer.

Posteriormente tudo se desenvolveu duma forma natural… mas é tão longa a história… é que já lá vão (oficialmente) 37 anos de carreira.

Em 2006 de facto gravei o cd “ Estados de alma”, não eram canções originais, apenas a minha escolha de vários temas que de alguma forma têm a ver comigo, mais uma vez de géneros diversos : Fado, Fado canção, música ligeira, marchas de Lisboa, folclore… mas pelos vistos teve pouco interesse, embora tenha sido gravado ao vivo com 52 músicos (algo que é inédito em Portugal) este trabalho não teve o privilégio de fazer parte das “ Play List “ ( palavra chique) das rádios nacionais, pouca gente conhece este trabalho, nunca foi divulgado.



3- Ao longo dos anos participou em vários teatros de revista. Entre a comédia feita no teatro e a comédia para televisão, qual é a que prefere e porquê?
Ambos os géneros são interessantes, a TV é mais imediatista, dá-nos mais visibilidade, promove mais facilmente, chega a mais gente. O teatro dá-nos o calor do público na hora exacta, e não há nada comparável.


4- Como foi para si em 2007 participar numa telenovela? (Fascínios)
Foi uma experiência diferente mas enriquecedora, engraçada, novo desafio. Fazer crescer uma personagem sem conhecer o seu percurso anterior e o seu desenvolvimento futuro. É sempre uma surpresa. Usei a sempre a minha intuição, a minha verdade.


5- Ao longo da sua carreira televisiva teve vários momentos de grande sucesso. Destaca algum em particular? E no teatro, qual o momento mais especial?
Todos os momentos são especiais, têm a importância que têm em determinada altura, no teatro igual. Claro que destaco, o dia da minha estreia. Emoções muito fortes.


6- Entre a música, a representação e a produção, o que prefere realmente?
Gosto das 3 vertentes, seria bom que pudesse continuar a exercê-las em simultâneo.


7- Qual foi a personagem que mais gostou de interpretar ao longo da sua carreira e porquê?

Várias, mas tenho um carinho especial pela BITUCHA, US BATNÁVÓ,( personagens que criei no Ora Bolas Marina , na SIC) o BISNAGA, a MATIDE, (Bora Lá Marina , na TVI). Talvez

porque têm uma irreverência e até infantilidade com que me identifico.



8- Como vê o estado actual da cultura em Portugal? O que faria para dinamiza-lo? Que areas destaca?
A cultura é triste, opta-se pela mediocridade, porque a qualidade dá trabalho, envergonham-se do que é genuinamente português, ( em vez de sentirem orgulho) são elitistas e etc etc etc…


9- Se pudesse escolher alguem para governar o país quem seria?
Eu…meu DEUS faria tanta coisa…


10- Sendo uma das melhores comediantes portuguesas, como avalia o actual estado da comédia em Portugal? Acha que se faz bom humor? Há bons humoristas nacionais?
A Comédia vai como o país devagar….devagarinho. E há bom e mau como em qualquer área. Seria bom que não promovessem o fácil, o fútil..




Saturday, May 15, 2010

Pedro Soares


Pedro Soares é licenciado em Arquitectura, apesar de não exercer. É Presidente da Associação juvenil e cultural Experimentáculo, responsável pela maior parte dos eventos musicais na cidade de Setúbal. Faz parte da produtora de audiovisuais Low Cost Filmes, onde é produtor. Além disto é também colaborador do Setúbal na Rede, da Rua de Baixo e da Take.
Este "jovem" de 27 anos tem sido o responsável pela recente revolução cultural em Setúbal, que tanto de bem lhe trouxe.


1- Licenciou-se em Arquitectura, porém não exerce essa profissão. De onde surgiu o desejo em seguir Arquitectura e porque razão não exerce hoje em dia?
Na altura, pareceu uma boa ideia. Quer dizer, hoje ainda parece, foi uma boa ideia, de facto, mas talvez a arquitectura que encontrei cá fora não fosse a que estava à espera, a muitos níveis. No entanto, é uma área que me desperta grande interesse e, apesar de não estar a exercer actualmente -por várias contingências da vida -, não quer dizer que não faça parte do meu dia-a-dia.


2- É presidente de uma das mais importantes associações culturais de Setúbal, a Experimentáculo. Foi também fundador dessa associação. Quais são os principais objectivos da associação e porque razão decidiu cria-la?
A Experimentáculo é uma associação cultural que pretende dinamizar e estimular a cultura na cidade, especialmente nas áreas da música e do cinema. A associação nasceu do encontro das vontades e interesses comuns de um grupo de amigos que, insatisfeitos com o cenário da cultura que viam em
Setúbal na altura, se mostraram disponíveis para fazerem qualquer coisa. E essa coisa acabou por se chamar Experimentáculo.

3- Agora, alguns anos depois, tem tido o reconhecimento que esperava?
Não sei, é uma pergunta difícil de responder. Pessoalmente, acho que sim, especialmente no passado mais recente, uma vez que temos recebido algum
feedback positivo que nos deixa muito orgulhosos. No entanto, para quem está de fora torna-se mais fácil responder a essa pergunta, acho eu.


4- Como é para si organizar um concerto, ou outro evento? Como era o seu estado de espírito no dia em que realizou o seu primeiro evento e como é actualmente?
Tenho que admitir que hoje já não é como nos primeiros tempos. Com a experiência adquirida há muita coisa que fui melhorando e percebendo como funcionava de forma a resolver os problemas por antecipação. Mas continua sempre a haver aquele stress e a ansiedade, porque são situações em que surgem sempre os problemas mais inesperados. Organizar um concerto, por exemplo, está sujeito aquela lei de Murphy que diz que se algo pode correr
mal, vai correr. No entanto, o resultado final é sempre estimulante e excitante e, no final, o sentimento de dever cumprido continua a saber bem.


5- É produtor da Low Cost Filmes, produtora de audiovisuais sediada em Setúbal. Em que consiste este projecto?
A Low Cost Filmes é uma produtora de audiovisuais que oferece serviços vídeo em qualquer área que seja necessário uma câmara de vídeo: publicidade, institucionais, telediscos... Claro que também nos dedicamos às curtas-metragens e aos documentários, mas só fazer filmes não paga a luz e a água. Por isso, uns conciliam os outros e vice-versa.


6- A Low Cost Filmes foi recentemente premiada pelo videoclip "Realizador", de Monstro Mau. O júri era composto por importantes figuras do cinema, tais como Mário Augusto e Luísa Sequeira. Como foi para si receber este prémio? Foi um trabalho difícil de produzir?
O "Realizador" foi um projecto muito giro e rápido de se fazer. Nasceu quase por acaso, enquanto montávamos outro teledisco, depois de termos visto o anúncio do concurso. Juntámos a equipa, arranjámos o espaço e filmámos num dia. É um vídeo em que três dançarinas executam várias cenas de dança memoráveis da cultura popular. O mais giro é que nunca lhes vemos as caras, apenas os pés. Claro que foi uma grande honra receber este prémio, até porque o júri era composto por gente com créditos firmados.



7- Trabalha também na área da comunicação social. De onde surgiu esse seu interesse?
Surgiu de forma muito natural. Sempre gostei bastante de escrever e, há algum tempo, quando surgiu a oportunidade de colaborar com o portal cultural Rua de Baixo, acabei por aceitar. Era uma forma de me obrigar a escrever e de arranjar tempo para o fazer. Depois as coisas foram surgindo e fui colaborando com outros sítios, outras revistas e outros jornais.

8- Fale-nos um pouco dos seus gostos pessoais, nomeadamente no cinema, música, literatura, etc.
Esta pergunta pode ser respondida com um copy-paste do meu perfil do hi5. Estou a brincar. Não gosto de nada.

9- Como vê o estado actual da cultura em Setúbal face a exemplos de outras cidades portuguesas?
Acredito que Setúbal (e qualquer cidade por este mundo fora) tem a cultura que merece. Já fui muito pessimista em relação à cultura em Setúbal, mas nós temos que perceber que não podemos querer ser iguais a Lisboa ou a Nova Iorque. É certo que, sendo uma capital de distrito, Setúbal devia ter um papel mais activo e de maior destaque cultural. Mas o facto de isso não acontecer vem de um passado longo e de muitas condicionantes. Acho que isto dava matéria para um mestrado muito interessante.
Resumindo e baralhando: acho que a cultura setubalense não é tão má como a maioria das pessoas a pinta. Podia ser melhor? Claro que sim! E acho que a cidade está no bom caminho, com bons projectos em carteira, gente estimulante e empreendedora. Vamos lá ver é se não ficam todos a meio
caminho...

10- Como vê o actual estado da cultura em Portugal? O que faria para o impulsionar?
A cultura em Portugal acaba por reflectir o estado do país. Uma cultura de periferia, que sobrevive à custa de muito esforço e suor e que não tem uma verdadeira estratégia definida. O que faria para a impulsionar? Hmm... aconselhava-a a emigrar.


11- Que áreas culturais destaca em Portugal?
Como em todas as áreas, Portugal tem grandes representantes em todas as áreas da cultura. E isso é comprovado pelo reconhecimento que muitos deles recebem por esse mundo fora. O Siza, o Saramago, o Pedro Costa, a Paula Rego.. Por isso, acho que não consigo destacar nenhuma em especial. Só acho que nos continua a faltar um sucessor à altura do mítico Tarzan Taborda para nos representar condignamente no mundo da luta-livre profissional.

12- Como se vê daqui a 10 anos?
Ten years older and ten years wiser.


Thursday, May 6, 2010

Jorge Moniz


Jorge Moniz domina desde o piano à bateria. É um músico com uma vasta formação nas melhores escolas de música do país. Actualmente está ligado ao ensino musical e ao seu Quarteto musical.Em 2005 estava num projecto que recebeu o prémio de melhor disco jazz português do ano.Um músico com grande formação e vontade de deixar o seu legado aos estudantes.


1- Iniciou o contacto com a música desde muito cedo. De onde veio esse gosto pela música? E porquê o piano?
Sim, desde muito cedo. O piano e a bateria andaram sempre em simultâneo. Entrei para a Academia de Amadores de Música para piano ao mesmo tempo que entrei para o Hot Clube para bateria. Antes tinha tido várias bandas de garagem como baterista.


2- Passou pelo Conservatório Nacional, Hot Club, Academia de Amadores de Música de Lisboa, na Escola Superior de Música e na Universidade Nova de Lisboa. Descreva-nos um pouco da sua passagem por cada um destes locais, e o que cada um deles o ajudou a complementar-se como músico e pessoa.
Todos esses locais serviram para me construir como músico. Na Academia e no Conservatório estudei piano com a professora Carla Seixas e bateria no Hot Clube com André Sousa Machado. Na Escola Supeior fiz o curso de Composição e na Universidade Nova o mestrado em Etnomusiclogia. Penso que todas estas abordagens se complementam e acho que isso se percebe no CD Deambulações.


3- Possui uma vasta formação musical que vai do piano à bateria. Qual é para si a importância da música na vida das pessoas no geral? E na sua vida?
A música faz parte do quotidiano de toda a gente. É impossível fazer o que quer que seja sem ter a música ao lado, independentemente do objectivo com está presente. No meu caso utilizo a música em duas perspectivas, uma profissional e outra lúdica. Uma tem implicações na outra e vice-versa. Nem sempre é fácil usufruir a música sem ter que pensar e teorizar sobre o que estou a ouvir.


4- Está ligado ao ensino musical. Como tem sido para si essa experiência?
Já é uma experiência com alguns anos, cerca de 12. Tem sido gratificante porque tenho acompanhado o percurso de vários alunos e é bom ver a forma como evoluem e tentar perceber até onde chegam. Através das suas dificuldades também aprendemos bastante, inclusive a perceber as nossas próprias limitações e obstáculos ao fazer música.


5- Como foi para si a sua participação no programa da RTP "Ouvir e Falar"?
Foi uma experiência única porque tive o privilégio de poder participar no programa com grandes músicos como o Nuno Ferreira e o Nelson Cascais, na altura ainda estudantes (éramos da mesma turma no Hot), e por ter contactado com uma referência para o jazz em Portugal como o foi Luiz Villas-Boas.


6- Em 2005 o cd do projecto onde estava inserido, "Estranha Natureza", ganhou o prémio de melhor disco jazz português. Esperava esse reconhecimento? Como viveu esse momento de consagração?
Não esperava nem deixava de esperar. Fi-lo de uma forma espontânea e sem pensar muito na crítica. Foi gratificante ver o trabalho reconhecido e foi muito bom para o meu grande amigo Hugo Alves, merecedor, sem dúvida, desse reconhecimento.


7- Ao longo da sua carreira musical tem cruzado vários estilos musicais. Qual é para si a melhor definição de "música", e qual o seu estilo musical preferido?
Sinceramente não tenho definição para música nem tenho estilo musical preferido. Ouço muito pop. Acho que o resultado é o cruzamento de tudo o que ouvimos e experimentamos. É uma mistura natural, acho.


8- Como vê a actual situação cultural do país? Que áreas destaca? E o que deverá ser feito para impulsionar essa mesma cultura?
Penso que estamos a viver a consequência da crise financeira que atravessamos. A cultura nestas situações é o primeiro alvo a abater e isso tem-se reflectido na escassez de espectáculos em alguns estilos de música, teatro, cinema, etc.


9- Fale-nos um pouco dos seus gostos culturais, nomeadamente na literatura, cinema, música, etc
Gosto muito de cinema e destaco dois realizadores: Woody Allen e Roman Polanski, Este último, autor do meu filme favorito (Por Favor Não Me Morda o Pescoço). Não aprofundo muito a literatura. Na música tenho que referir a minhas duas bandas de eleição, os Divine Comedy e os American Music Club e os seus dois líderes, ambos excelentes e talentosos compositores e escritores de canções: Neil Hannon e Mark Eitzel, respectivamente.


10- Que conselho daria a quem pretende iniciar os estudos na música? E a quem pretende iniciar a sua carreira?
Ir para uma boa escola. A música é uma actividade que exige muito esforço e persistência. Muitas vezes as pessoas não têm essa noção e desmotivam-se.